Membros inferiores (Osteologia)
- Gilmar Bastos (Estudante de Fisioterapia)
- 21 de mai. de 2017
- 4 min de leitura
Vamos estudar os ossos dos membros inferiores (MMII) e seus principais acidentes ósseos.
A ligação entre o esqueleto axial e o esqueleto apendicular nos MMII é feito através da cintura pélvica que é a ligação do osso sacro e o osso da pelve (articulação sacroilíaca), mas lembrando que o osso sacral faz parte do esqueleto axial, portanto é a partir do osso da pelve que começa os MMII (esqueleto apendicular).


Para começar vamos falar do osso da pelve que é também chamado de quadril sendo que esse osso é um único osso, mas existem três divisões no mesmo. Para entendermos melhor essas divisões vamos ter como referência um dos principais acidentes ósseos desse osso que é o acetábulo uma cavidade que fica localizada na região medial do osso da pelve. Acima do acetábulo temos o ílio, posteriormente o ísquio e anteriormente o púbis. Outro acidente ósseo é a crista ilíaca onde vamos ter as espinhas ilíacas totalizando quatro (espinha ilíaca ântero-superior e espinha ilíaca ântero-inferior, espinha ilíaca póstero-superior e espinha ilíaca póstero-inferior). A parte anterior da pelve visualizamos a fossa ilíaca e medialmente a face articular que é onde a pelve se articula no osso sacral. No ísquio temos a tuberosidade isquiática que é o acidente ósseo que sentamos sobre ele pois, assim preservamos as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e se caso não sentarmos de forma correta prejudicamos essas curvaturas e podemos provocar dor na coluna. O forame obturado é uma abertura que limita o ísquio do púbis, temos nessa região outra articulação a sínfise púbica e o anel pélvico.

Para estudar o fêmur vamos dividi-lo em região proximal, médio e distal. No terço proximal temos: cabeça do fêmur, colo do fêmur e os trocânteres, sendo que lateralmente temos o trocânter maior e medialmente o trocânter menor e na vista média do fêmur temos um buraco que chama fóvea, nessa região temos mais uma articulação (coxo-femoral). No terço médio temos a linha áspera. No terço distal os epicôndilos (medial/lateral), acima do epicôndilo medial temos o tubérculo adutor (extra-articular). Intra-articular temos os côndilos do fêmur que vão se articular com o osso da tíbia através dos côndilos tibiais (articulação fêmoro-tibial). Os côndilos do fêmur são mais arredondados e os côndilos da tíbia são mais retos (platô tibial) com isso não temos um encaixe tão perfeito, e para ter esse ajuste nessa localização vamos ter as cartilagens, os meniscos (medial/lateral) que também vão ser importantes para absorverem impactos. Anteriormente no fêmur entre os côndilos vamos ter a tróclea femoral que é o local que o osso da patela vai se articular (articulação fêmoropatelar).

No osso da patela temos quatro acidentes ósseos: face articular, face anterior, ápice e base.

Vamos também dividir a tíbia em três partes. No terço proximal temos: epicôndilos tibiais, côndilos tibiais, tuberosidade da tíbia. Entre os côndilos temos uma eminência que é chamada intercôndilar que é muito importante, além de dividir os côndilos é ponto de inserção para o ligamento cruzado anterior (LCA) e ligamento cruzado posterior (LCP). No terço médio temos o corpo da tíbia. No terço distal o maléolo medial e a incisura da fíbula (articulação tíbiofibular).

Fíbula, no terço proximal temos a cabeça da fíbula, local de origem do músculo fibular longo e no terço distal o maléolo lateral que também é chamado maléolo fibular.

Para facilitar o estudo do pé temos que dividi-lo em três partes para um melhor entendimento. Dividimos em parte posterior que é onde fica os ossos do tarso que é também chamado de tornozelo ou retropé; Temos os metatarsos que ficam na região do mediopé; E os dedos que são as falanges, sendo que o primeiro dedo é o hálux e do segundo ao quinto dedo temos os artelhos, essa região também é chamada de antepé. No retropé temos o osso tálus que se articula com a tíbia (articulação tíbiotalar) e o tálus também se articula com o osso navicular, o calcâneo é o maior osso do pé e ele se articula com o osso cubóide, temos também os cuneiformes (lateral, intermédio, medial) e temos os cinco metatarsos, sendo que o primeiro metatarso se articula com o cuneiforme medial, o segundo metatarso com o cuneiforme intermédio, terceiro metatarso com o cuneiforme lateral e o quarto e quinto metatarsos com o osso cubóide. Os artelhos são as falanges que temos um total de 14 sendo que o hálux tem a falange proximal e distal e o restante dos artelhos têm as falanges proximais, mediais e distais. No total no pé temos 26 ossos aproximadamente, sendo 07 ossos do tarso, 05 metatarsos e 14 falanges mas, alguns indivíduos têm os ossos acessórios (ossos sesamóides) ficando em torno de 28 ossos no pé.
Obs.: Em relação ao ligamento patelar ou tendão patelar são classificados da seguinte maneira: ligamento quando estamos falando anatomicamente e tendão quando estamos nos referindo funcionalmente;
O conceito de ápice/base não se aplica para patela já que o ápice da patela é voltado para baixo e a base para cima.
O quadril nas mulheres é diferente dos homens já que nas mulheres a crista ilíaca é mais arredondada, a distância entre as espinhas ilíacas, crista ilíaca são maiores, além do anel pélvico ser maior, já nos homens o quadril é mais alto e mais estreito e a crista ilíaca é mais achatada;
Um macete para lembrar da fileira que se articula com os ossos do metatarsos, é só chamar essa fileira de: fileira dos Cus já que todos esses ossos começam com a sílaba cu (CUbóide, CUneiforme medial, CUneiforme intermédio, Cuneiforme lateral);
Muito importante buscar outras fontes de imagens pois, é muito difícil achar todos os acidentes ósseos em uma única imagem.
Referência: Anatomia Fácil – Rogerio Gozzi