Membros Superiores (Osteologia)
- Gilmar Bastos (Estudante de Fisioterapia)
- 31 de mar. de 2017
- 5 min de leitura
Vamos estudar as características regionais e os principais acidentes ósseos dos membros superiores (MMSS). Para facilitar os estudos vamos dividir os MMSS em cintura escapular, ombro, braço, cotovelo, antebraço, mão e dedos.

Na cintura escapular temos dois ossos: Clavícula e a escápula, e o que seria essa cintura escapular? Também chamada de cíngulo, a cintura escapular é a união do esqueleto axial ao esqueleto apendicular (membro superior). Existem dois pontos de união nessa região, a clavícula que liga ao osso esterno através da extremidade esternal da clavícula (articulação esternoclavicular); E o outro ponto através da fossa subescapular (escápula) que se liga as costelas formando a articulação escápulo-torácica que é considerada uma articulação falsa justamente por se articular com músculos.
O ombro é um complexo articular pois, ele apresenta quatro articulações, mas a mais importante é a que fica entre a escápula e o úmero (articulação glenoumeral) por permitir a maior parte dos movimentos.
Já que entendemos um pouco sobre a cintura escapular e a complexidade do úmero vamos falar das características regionais e os principais acidentes ósseos.

Vamos começar falando da clavícula que seus principais acidentes ósseos são: extremidade esternal a qual se liga ao esterno e extremidade acromial ligando ao acrômio da escápula (articulação acromioclavicular).

A escápula na vista anterior ela é lisa e temos a fossa subescapular, na vista posterior temos a espinha da escápula que divide a parte superior e inferior, a parte superior chama-se fossa supra-espinhal e a inferior fossa infra-espinhal e o ponto mais alto da escápula é o acrômio. As três fossas da escápula dão origens aos nomes das musculaturas dessas regiões: o músculo subescapular, supra-espinhal e infra-espinhal. A escápula tem uma característica meio triangular (ângulos): temos o ângulo superior (parte de cima), ângulo inferior (parte de baixo), o que "seria" o ângulo lateral vai formar a principal estrutura da escápula que é onde o osso úmero se articula chamada de cavidade glenóide (articulação glenoumeral). E essa articulação tem suas vantagens e desvantagens, a vantagem que é uma articulação com uma grande amplitude de movimento e a desvantagem é que a estabilidade fica comprometida justamente devido a cavidade glenóide ser rasa e a cabeça do úmero ser grande, e para melhorar a estabilidade temos ligamentos e uma estrutura na cavidade glenóide que chama-se lábio glenóide ou labrum que vai aumentar a área da superfície da articulação glenoumeral dando uma maior estabilidade, entre o ângulo superior e inferior temos a borda medial importante ponto de ligação para origem e inserção de alguns músculos, entre a cavidade glenóide e o ângulo inferior temos a borda lateral que também vai ser ponto de origem de alguns músculos. Na escápula também temos o processo coracóide e ainda na cavidade glenóide temos o tubérculo supra-glenoidal que fica mais superiormente e o turbérculo infra-glenoidal mais inferiormente pontos também de fixação de músculos.

Falamos do ombro e agora vamos falar do braço, o osso que fica nessa região é o úmero, e os principais acidentes ósseos são: cabeça do úmero que fica voltada para região medial, tubérculo maior para lateral e tubérculo menor para região anterior, inclusive é através da referência do tubérculo menor que vamos saber se esse osso é o direito ou o esquerdo devido esse tubérculo menor ficar voltado para parte anterior, entre esses tubérculos temos uma depressão que chama-se sulco intertubercular que é onde passa a cabeça longa do bíceps. Os tubérculos também são pontos de fixação (inserção) de músculos do manguito rotador. Entre a cabeça do úmero e os tubérculos temos o colo do úmero, todas essas características ficam na região proximal do úmero. No corpo do úmero temos a tuberosidade deltóide ponto de inserção do músculo deltóide e também o sulco do nervo radial, esse sulco passa pela região dorsal inervando o dorso do antebraço e mão (inerva os extensores do punho e dedos). Na parte distal do úmero (de dentro para fora) temos as partes articulares: articulação úmero-radial que se articula no acidente ósseo do rádio que se chama capítulo, e a tróclea do úmero que se articula com o osso da ulna (incisura troclear da ulna) ambos intra-articular e na parte extra-articular temos os epicôndilos (lateral/medial), sendo que o epicôndilo lateral da origem aos músculos extensores do punho e dedos e o epicôndilo medial da origem aos músculos flexores do punho e dedos. Temos duas fossas, uma anteriormente que fica acima da tróclea e outra posteriormente que fica atrás, sendo pontos de encaixe da ulna (fossa coronóide/fossa do olécrano) que fica localizado na região do cotovelo.

No antebraço temos dois ossos, o rádio e a ulna. Na região proximal do rádio temos a cabeça do rádio, tuberosidade do rádio. Lembrando mais uma vez que o rádio se articula no úmero através do capítulo que vai permitir o movimento de rotação do antebraço (supinação/pronação). Na tuberosidade do rádio é um ponto de inserção do músculo bíceps braquial que vai favorecer a flexão do cotovelo. Na parte distal temos a incisura ulnar (inserção da cabeça da ulna) e o processo estilóide do rádio; Na ulna, o encaixe com o úmero permite apenas flexão e extensão do cotovelo, lembrando mais uma vez que a superfície articular da ulna se articula com a tróclea do úmero, também temos o olécrano e o processo coronóide da ulna, sendo que esses acidentes ósseos são limitados através das fossas que ficam no úmero, fossa do olécrano que vai limitar a extensão do cotovelo e a fossa coronóide que limita a flexão do cotovelo, na ulna também temos a tuberosidade da ulna que é local de inserção do músculo braquial sendo que é o músculo principal da flexão do cotovelo e também ponto de inserção do bíceps braquial que também vai auxiliar na flexão do cotovelo, e a incisura radial que é o local onde o rádio se articula com a ulna (articulação rádio-ulnar proximal). Na parte distal temos a cabeça da ulna, processo estilóide da ulna.
Por último vamos estudar a mão, mas para facilitar o entendimento também temos que dividir em partes: punho, mão e dedos.

No punho temos um total de oito ossos que são chamados de ossos do carpo, mas cada osso desses recebem nomes. Temos a primeira fileira carpal proximal (04 ossos): escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme que ser articula no rádio através da articulação rádio-cárpica; A segunda fileira carpal distal (04 ossos): trapézio, trapezóide, capitato, hamato. No total são três articulações nessa região, articulação rádio-cárpica que se articula através dos ossos rádio com o escafóide e semilunar; mediocárpica entre as fileiras proximal e distal; E a carpometacárpicas entre a fileira distal e os ossos dos metacarpos.

Na mão temos os metacarpos, sendo que o l metacarpo tem uma ligação com o osso trapézio, o ll metacarpo com o trapezóide, o lll metacarpo com o capitato e o lV e V metacarpos com o osso hamato.
Nos dedos temos as falanges que no total são 14, sendo que o primeiro dedo é o polegar e só tem a falange proximal e distal e no segundo, terceiro, quarto e quinto dedo temos as falanges proximal, média e distal. No total a mão (punho e dedos) tem um total de 27 ossos.
Obs.: Quando o indivíduo sofre uma lesão diafisária no úmero e se por acaso romper o nervo radial já que o mesmo inerva os extensores do punho e dedos a característica é a "mão caída";
Uma dica para não esquecer os ossos do carpo é a seguinte: Fileira proximal (ESSE PIPI)- EScafóide+SEmilunar+PIramidal+PIsiforme e a fileira distal (TRABALHO TRABALHO CAPITÃO AMADO)- TRApézio+TRApezóide+CAPITAto+hAMAto;
Importe outras fontes de imagens para melhor entendimento.
Referência: Anatomia Fácil – Rogerio Gozzi