Eletrocardiograma (Sistema de Condução Elétrica)
- Gilmar Bastos (Estudante de Fisioterapia)
- 14 de ago. de 2015
- 3 min de leitura
Vamos aprender como acontece o sistema de condução elétrica do coração, sendo que ele tem o seu próprio sistema e não tem nada a ver com o sistema nervoso. É muito importante você acompanhar a imagem 01 para ter um entendimento melhor.

A primeira bolinha que fica na parte de cima do átrio chama-se nodo sinusal ou nó sinoatrial, ele é como se fosse o start do impulso nervoso, ou seja, ele vai iniciar o processo de condução nervosa onde este estímulo vai percorrer por todos os átrios (direito/esquerdo) através das fibras de condução atrial, com isso ocorre a despolarização atrial e os átrios irão contrair (sístole atrial); a segunda bolinha que fica entre o átrio e o ventrículo chama-se nodo ou nó atrioventricular, ele tem como função dar uma pausa, ou seja, retardar essa condução nervosa para permitir o enchimento dos ventrículos pois, se não fosse esse nodo o impulso nervoso passaria de vez pelos átrios e ventrículos e isso não pode acontecer, sabemos que, quando os átrios estão contraídos os ventrículos estão relaxados e vice-versa, e com isso não daria tempo do enchimento dos ventrículos; depois dessa pequena pausa para permitir o enchimento dos ventrículos a condução nervosa segue pelo feixe de His onde esse feixe irá se bifurcar em dois ramos (ramo direito/ramo esquerdo), depois que o feixe de His deixa o septo ventricular ele recebe outro nome, chama-se fibras de Purkinje e o impulso nervoso segue nas paredes ventriculares despolarizando as mesmas acontecendo então a contração ventricular (sístole ventricular).

Agora que já sabemos como ocorre esta condução nervosa do coração vamos aprender como ler e entender um exame de eletrocardiograma normal e para um bom entendimento acompanhe a imagem 02.
No eletrocardiograma temos cinco ondas representadas pelas seguintes letras: P, Q, R, S, T.
A onda P, representa a despolarização atrial, ou seja, a contração atrial (sístole atrial);
As ondas Q, R e S são chamadas de complexo Q,R,S já que representam a despolarização ventricular, ou seja, a contração ventricular (sístole ventricular);
Se você observar a diferença da altura da onda P e do complexo Q,R,S vai ver que o complexo Q,R,S é bem mais alto, simplesmente devido que os ventrículos precisam de um maior impulso nervoso para bombear sangue para os pulmões e para todo o corpo, já os átrios não precisará desse grande impulso já que os mesmos conduzirá sangue para os ventríulos e eles ficam logo abaixo;
E por último a onda T que é a repolarização dos ventrículos (diástole ventricular) pois, para que todo processo ocorra novamente deve acontecer a repolarização para que os ventrículos relaxem permitindo então o enchimento dos átrios. Caso você fique se perguntando quando acontece a repolarização dos átrios é justamente na despolarização dos ventrículos (complexo Q,R,S) já que a variação elétrica é tão grande que é nesse momento que acontece este fato.
Resumidamente falando, a onda P é a contração dos átrios, o complexo Q,R,S a contração dos ventrículos e a onda T o relaxamento dos ventrículos.
Obs.: Falando em condução elétrica quando falamos em despolarização significa a sístole e a repolarização a diástole;
Sempre os átrios irão contrair juntos e sempre os ventrículos irão se contrair juntos porém quando os átrios estão contraídos os ventrículos estão relaxados e quando os ventrículos estão contraídos os átrios estão relaxados.
Referência: Rogerio Gozzi - Anatomia Fácil
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